José

Que eu mudei muito desde que comecei essa aventura europeia, é fato. E acredito que a maior causa disso foi a minha vontade de aprender, de mudar, de crescer. Então, todos os detalhes, por menores que pareçam foram importantes.

Passei três dias em Barcelona. E aprendi muito. Mas hoje quero falar de uma figura que conheci por lá: o Senhor José. Estavamos (eu e a Mila) conhecendo todos os pontos turísticos que o “Guia do Viajante Independente na Europa” nos indicava. Como duas crianças, nos encantávamos pelas coisas e nos divertiamos com os caminhos errados, os mal entendidos e as conversas incompreensíveis que escutávamos.

Entramos numa igreja e nos demoramos um pouco por lá. Quando saímos, havia um senhor parado, nos esperando. Com ar bondoso, paciente e sereno, e uns 70 anos, talvez. E ele veio conversando, explicando sobre a igreja, perguntando como era no Brasil.

Logo, pediu nosso mapa emprestado e marcou alguns pontos importantes. Ali, descobrimos um catalão apaixonado pela sua cidade e pela sua cultura.

E saiu, como um menino entusiasmado, nos mostrando as pequenas coisas da cidade: tudo aquilo que lhe agradava, os prédios mais bonitos, as praças. E ia nos contando, maravilhado, sobre os fatos que marcaram a história de Barcelona. Ele sabia tudo: datas, nomes, lugares... Fazia um esforço imenso para compreender tudo que falávamos e se preocupava em ser entendido.

E pouco antes de nos despedirmos, ele disse alguma coisa do tipo “você tem que acreditar que amanhã vai ser melhor que hoje... sempre!”. E ainda, se despediu de nós dizendo que a próxima vez que formos a Barcelona, o encontraremos por lá.

Me emociono ao me lembrar dele, da sua boa vontade ao nos mostrar a cidade e do seu amor por ela e pela vida.

O que o Senhor José me ensinou aquele dia foi muito mais do que o Bairro Gótico, a loja de “paraguas”, o Palau da Musica... E eu jamais vou me esquecer disso!