Que história espera seu fim lá embaixo?
Somos nós ou a história quem espera?
Aqui em Portugal, nessa parte mais fria do Atlântico, descobri uma singularidade importante em meu caminho. Descobri, nesta altura do campeonato - e talvez não seja mesmo uma descoberta inédita na humanidade - um aspecto em comum entre a literatura e um abraço: o fato de que eles abrem em seu âmago tempos e espaços totalmente distintos do tempo e do espaço que podemos mensurar.
Acho mesmo que o mundo está a enviar-me alguns sinais, que ele não tem tratado-me assim por acaso. Que a vida é um romance no qual, ao entrar, quero prosseguir sem hesitar.
Isso é piegas. xD
Mas esse post, embora tenha começado assim, não é pra falar sobre essas pieguices.
Eu quero falar sobre algo que não consigo perceber realmente. Sobre eu e o resto das pessoas. Eu quero falar sobre ideais. Sobre sacrifícios. Sobre amizade, sobretudo, sobre amizade.
A amizade, como todo relacionamento, é baseada em interesse. O interesse muda, é determinado pela circunstância. Isso é um conceito que ainda não superei.
Pra mim o único relacionamento que não percebo desta maneira é o relacionamento fraterno, mas talvez neste haja algo mais instintivo, e por isto esteja tão longe do meu campo de entendimento.
Mas sobre a amizade o que eu tenho aprendido é que ninguém é capaz de se entregar na totalidade, nem no amor fazemos isso. Todos têm algo só pra si. Mesmo que seja apenas aquilo que não conseguem entender de si próprios e por isso mesmo não conseguem compartilhar. Mas não há isso de mergulhar totalmente. (?)
Quem vai até o fundo?
Aqui, viramos forasteiros. Cada um agarra-se a uma coisa. Voltar ao Brasil para alguém que está a esperar, conseguir se fixar e não voltar ao Brasil; muitos estão aqui para fugir do que são lá – ilusão – mas há aqueles que simplesmente estão e há aqueles que simplesmente não têm lugar pra estar.
Mas seremos sempre forasteiros, sempre. Isso aqui é mais hermético do que qualquer sociólogo possa imaginar. No fim vão afunilando as relações.
Sorte pra quem veio com amigos. Mas com amigos mesmo. Mas o que são amigos?
A amizade, aqui, é importante (mesmo importante) e dificil.
Eu quero falar do que me aflige também, o que tem me magoado.
Eu sinto-me tolo, mas em paz.
Sacrifiquei-me em nome do que eu acreditava. Fui fiel, quase sempre mais fiel aos outros do que a mim.
Esperava fidelidade. Esperava algo em troca. Prova de amizade, não sei. Isso tudo pode ser inocência. Eu realmente esperava ser mais maduro aos 21 anos.
Sempre espero aprender mais das coisas do que realmente elas podem me ensinar, ou então, sou mesmo incapaz.
Essa coisa de viver é difícil.
Agora eu quero conseguir suportar um tempo de hiato.
Obrigado
Somos nós ou a história quem espera?
Aqui em Portugal, nessa parte mais fria do Atlântico, descobri uma singularidade importante em meu caminho. Descobri, nesta altura do campeonato - e talvez não seja mesmo uma descoberta inédita na humanidade - um aspecto em comum entre a literatura e um abraço: o fato de que eles abrem em seu âmago tempos e espaços totalmente distintos do tempo e do espaço que podemos mensurar.
Acho mesmo que o mundo está a enviar-me alguns sinais, que ele não tem tratado-me assim por acaso. Que a vida é um romance no qual, ao entrar, quero prosseguir sem hesitar.
Isso é piegas. xD
Mas esse post, embora tenha começado assim, não é pra falar sobre essas pieguices.
Eu quero falar sobre algo que não consigo perceber realmente. Sobre eu e o resto das pessoas. Eu quero falar sobre ideais. Sobre sacrifícios. Sobre amizade, sobretudo, sobre amizade.
A amizade, como todo relacionamento, é baseada em interesse. O interesse muda, é determinado pela circunstância. Isso é um conceito que ainda não superei.
Pra mim o único relacionamento que não percebo desta maneira é o relacionamento fraterno, mas talvez neste haja algo mais instintivo, e por isto esteja tão longe do meu campo de entendimento.
Mas sobre a amizade o que eu tenho aprendido é que ninguém é capaz de se entregar na totalidade, nem no amor fazemos isso. Todos têm algo só pra si. Mesmo que seja apenas aquilo que não conseguem entender de si próprios e por isso mesmo não conseguem compartilhar. Mas não há isso de mergulhar totalmente. (?)
Quem vai até o fundo?
Aqui, viramos forasteiros. Cada um agarra-se a uma coisa. Voltar ao Brasil para alguém que está a esperar, conseguir se fixar e não voltar ao Brasil; muitos estão aqui para fugir do que são lá – ilusão – mas há aqueles que simplesmente estão e há aqueles que simplesmente não têm lugar pra estar.
Mas seremos sempre forasteiros, sempre. Isso aqui é mais hermético do que qualquer sociólogo possa imaginar. No fim vão afunilando as relações.
Sorte pra quem veio com amigos. Mas com amigos mesmo. Mas o que são amigos?
A amizade, aqui, é importante (mesmo importante) e dificil.
Eu quero falar do que me aflige também, o que tem me magoado.
Eu sinto-me tolo, mas em paz.
Sacrifiquei-me em nome do que eu acreditava. Fui fiel, quase sempre mais fiel aos outros do que a mim.
Esperava fidelidade. Esperava algo em troca. Prova de amizade, não sei. Isso tudo pode ser inocência. Eu realmente esperava ser mais maduro aos 21 anos.
Sempre espero aprender mais das coisas do que realmente elas podem me ensinar, ou então, sou mesmo incapaz.
Essa coisa de viver é difícil.
Agora eu quero conseguir suportar um tempo de hiato.
Obrigado
Todo tempo é pouco quando se espera mais do que se doa. Doa de doar não de doer. Se esperas aprender tens de saber lidar com a frustação, ainda que lenta e cheia de sinais- só não os percebem quem não quer. Uma situação ideal- se permitir tanto quando se espera - como você mesmo diz, meu grande amigo, as pessoas deviam mudar.
ResponderExcluirAmizade é a coisa mais prazerosa e sofrida que existe, pois é com ela que a gente vive os melhores e os piores momentos... e com eles que a gente evolui!! Amizades, ruim com elas, pior sem elas! Amigos, amo vocês!
ResponderExcluirô pá ! Como estás melancolico....Cá ,nós da eterna colônia, vivemos um eterno hiato, talvez por culpas e malícias históricas do grande Reino de Portugal. Ai, quem dera que o tempo se esvaísse, e os holadeses vecessem e tomassem essa pobre colônia.....
ResponderExcluirCá, vivemos um parênteses histórico perdidos no vácuo de uma falsa nação. Dizeres e dizeres.... Conflitos internos e saudade. Pequena palavra de significado único.....Se a sentimos, é pois, sinal de que somos amados. Temos alguém a esperar-nos....
Saudade,
Afiada como faca na carne nua
que faz brotar o sangue da solidão
Saudade,
Amiga constante, incesante
Sentimento por sentir
e dela em temos brandos poder sorrir.
Primo, felicidades por aí...... Voltar? Bom, se eu aí estivesse, saíria pelo mundo sem deixar uma fagulha para trás....
Você tem do que ter saudades.... eu já perdi todas....
felicidades!!!!
Maturidade? Significado abstrato... Onde encontrá-la? Quando ela vem? O que acontece? Realmente, não sei! Será que com 45 anos sou maturo (palavrinha feia)? Também, não sei. Maturidade, talvez seja um acúmulo de erros e acertos ao longo dos anos de vida. Seria isso válido? Pergunto-me o que é um erro? Magoar a outem ou a mim mesmo? Infringir regras pré-estabelecidas? Os anos têm passado, e quando olho para trás, poucas coisas sobram. A existência encerrada em si própria. Odeio o oculto. A vida é oculta.
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